quarta-feira, maio 07, 2008

PEDIDO DE NAMORO 2

Ele - as palavras quase em surdina, titubeantes, o coração quase a sair-lhe da boca, engasgando as palavras. Se pudesse fugir... mas é tarde: - Queres namorar comigo?
Não lhe dá tempo para responder, receoso de se ter precipitado. Que ideia mais parva! Pega-lhe nas mãos, envolvendo-as num desespero crescente, como se ela lhe pudesse fugir: - Não precisas de responder agora.
Pois, não precisas, mas responde, por amor de Deus, antes que eu morra de ansiedade! Diz que sim! Diz que sim!, suplicava em gritos mudos, mas que ela parecia ouvir.
- Sim, claro que quero. (suspiro de alivio)
Sem lhe largar as mãos, levantaram-se em silêncio e foram à procura de um lugar mais isolado, onde pudessem dar asas a todos aqueles sentimentos novos que pareciam querer explodir dentro deles, daqueles que se expressam sem necessidade de quaisquer palavras.

O tempo pode apagar muito do passado, mas nunca aqueles momentos, aqueles por vezes pequenos segundos que podem valer uma vida inteira de tão intensos e que vêm quase sempre acompanhados de uma lágrima quando recuperados na memória.

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