terça-feira, setembro 25, 2007

TUDO A VER


Tem tudo a ver

ganhar ou perder

ter prazer ou sofrer

tem tudo a ver,

nascer, viver, crescer, morrer

com a vontade de o fazer,

a urgência de te ver, de te ter.

Ter-te na mente é saber que estás ausente

e que estou vivo e não demente,

solto na vida sem cabresto

mas enredado na teia,

preso em memórias.

O calor do teu seio, a sede de um beijo,

a tortura do desejo, um dia

de praia ao sol, na areia queimada

céu e inferno

na ponta seca duma toalha molhada.

Como pode isto ser inferno

se os anjos pairam semi-nus

como abutres com cío

no cerco da indefesa presa?

Preso no canto da sereia

mergulho para longe, tão longe

e tão perto ainda de mim,

solto à sorte na multidão

náufrago sem um ilhéu

morro à míngua, sedento

de tudo que tenha a ver:

desejo, crescer

e essa louca vontade de o fazer

... viver.

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