sexta-feira, maio 25, 2007

MEDIATIZAÇÃO

O desaparecimento da pequena Madeleine, mais do que um caso de foro humano, começa a criar contornos de objecto de estudo, tal a mediatização de que é alvo. Quarta-feira, o casal McCann, aproveitou para ir até ao Santuário de Fátima rezar pelo regresso da filha, atitude que levou a que jornais e televisões voltassem a focar a sua atenção no caso. À parte a tragédia, continua a surpreender a maioria e a chocar alguns toda esta atenção por parte dos media, como já havia aqui questionado sobre o mesmo tema. Enquanto se debate os prós e os contras desta exposição pública, o certo é que, por trás dos pais de Maddie, existe muito dinheiro a movimentar uma máquina imensa, que não deixa "adormecer" o assunto.Ora são as idas do casal à igreja, ora são as idas à praia, sempre de mãos dadas, como convém; sem esquecer o ursinho da pequena Madeleine, que parece ter-se tornado numa extensão natural da mão da senhora McCann... e agora a ida a Fátima, com o natural bulício daí decorrente.
Entretanto, o Diário de Notícias deu conta na sua edição de ontem que "mais de 800 crianças e jovens desapareceram no Reino Unido desde o dia 3 de Maio, quando foi reportado o desaparecimento de Madeleine McCann. Este número foi divulgado pelos responsáveis da linha de apoio National Missing Person's Helpline, que vieram a público chamar a atenção para a diferença de tratamento, em termos de cobertura mediática, atenção popular e importância dada por "notáveis", entre esses casos e o da menina que a polícia portuguesa crê ter sido raptada do apartamento de férias dos pais no The Ocean Club da algarvia Praia da Luz. Todos os anos, são dadas como desaparecidas 210 mil pessoas nas ilhas britânicas, dois terços das quais com menos de 18 anos - segundo informação do ministério do Interior do país. Nenhuma recebeu até hoje a atenção prestada ao caso de Maddie MacCann, que está já a ser comparado, em termos de cobertura mediática e comoção/adesão do público, ao da morte de Diana de Gales, em 1996. Políticos e equipas de cricket usaram laços amarelos em atenção à criança, futebolistas famosos fizeram apelos, milionários ofereceram mais de 2,5 milhões de libras (cerca de 3,75 milhões de euros) e durante estes vinte dias todas as televisões e jornais "abriram" com o caso, mesmo quando - quase sempre - não havia nada de relevante para acrescentar às notícias dos dias anteriores. Mas se há quem considere que a cobertura mediática foi claramente excessiva e "de mau gosto", há outros, como o presidente da sociedade dos editores de imprensa, Paul Horrocks, do Manchester Evening News, a dizer que "só porque um caso não teve atenção, por que havemos de criticar o facto de este caso ter?"."
Já agora, os McCann anunciaram recentemente a sua intenção de visitar alguns países, no sentido de alargar ainda mais, geográficamente, os ecos do sucedido aqui em Portugal, adiando assim, por tempo indeterminado, o seu regresso a casa. Será que já pensaram no bem estar dos gémeos e no trauma que estará a ser para eles toda esta fuga à rotina habitual da familia McCann?

1 comentário:

lumadian disse...

Eles estão simplesmente a fazer tudo o que está ao seu alcance.
Se acontecesse comigo, eu nãoparava até se descobrir alguma coisa, senão dáva em doido!
Eu acho bem que eles façam tudo o que puderem para divulgar, é a esperança!