terça-feira, março 20, 2007

DIAS DÍFICEIS



Por esta hora, no tribunal do Seixal, já começou a discutir-se o futuro próximo do meu sobrinho mais velho, um dia depois do Dia do Pai. Como tio, como irmão e até tentando colocar-me na pele de um espectador isento, não posso deixar de estar do lado do pai da criança, por ele, mas sobretudo pelo filho. Estou certo de que será uma batalha árdua, contra a tradição vigente de se dar a guarda dos filhos às mães, em toda e qualquer situação. Estou ainda mais certo de que, qualquer decisão tomada não será aceite de bom grado por uma das partes, podendo mesmo correr-se o risco de não ser cumprida. É nestas alturas que invejo alguns casais que conheço e que na hora da separação souberam manter uma relação cordial, e de respeito, privilegiando sempre o bem-estar e a saúde psicológica dos filhos. Infelizmente, também conheço aqueles, que nestas horas usam os filhos como armas, numa guerra em que, qualquer que seja o vencedor, todos perdem.

Começou hoje uma semana - ou mais - que se antevê complicada, a requerer o máximo de bom-senso, auto-controle, ponderação e paciência. Vão ser dias de alguma tensão, já que a minha mãe vai realizar alguns exames médicos mais ou menos complicados, de forma a diagnosticar a doença que a vem fustigando há já alguns meses, de uma forma quase insuportável e a que tem resistido estóicamente, mesmo quando todas as forças parecem começar a escassear.

Por vezes, a minha atitude face a estes dois problemas - como aos demais -, é vista, não sem alguma razão, como defensiva ou distante, fugindo sempre a um atrito tantas vezes necessário no primeiro caso, como reagindo com menos emotividade no segundo. Talvez seja a minha forma de me defender e de conservar algum sangue-frio para agir correctamente na hora certa e não deitar tudo a perder por precipitar-me. Posso estar errado, posso até arrepender-me depois, mas é a minha natureza e as minhas decisões não irão nunca ser tomadas só por aquilo que os outros pensam ou dizem. A estima, o amor e o respeito que temos com aqueles que nos são mais próximos não se mede pelas vezes em que concordamos, mas por todas as alturas em que estando errados, aconselhamos ou somos aconselhados por aqueles que se preocupam verdadeiramente connosco.

1 comentário:

Anónimo disse...

dá-me ideia que lá para o fim do texto começas a divagar. eu às tantas perdi-me no raciocínio.