segunda-feira, janeiro 01, 2007

DESEJOS DE MUDANÇA

Não há passagem de ano em que não se façam desejos de prosperidade, em que não se peça mais saúde e felicidade para nós e para os nossos, não esquecendo os votos habituais de paz no mundo, menos fome e uma melhoria substancial no problema da camada de ozono. Comem-se as doze passas ao ritmo das últimas badaladas do ano, empurradas por uma taça de champanhe, que na maior parte das vezes não passa de um espumante barato. A verdade é que pouco ou nada muda e mesmo os nossos propósitos mais determinados em contribuir para um mundo melhor vão esmorecendo num ritmo frenético à medida que o stress do dia-a-dia vai tomando conta de nós. Infelizmente - e com a nossa ajuda - vai continuar a haver crianças a morrerem à fome, idosos perecendo antecipadamente no estertor frio da solidão. Vão haver mais guerras, mais aumentos do custo de vida, um crescendo significativo dos níveis de poluição do ar. Hoje, primeiro dia de 2007, a Bulgária e a Roménia passaram a ser integrantes de pleno direito da comunidade económica europeia, retirando-nos do papel de parente pobre da Europa, que se nos devia envergonhar, dava-nos o direito a uma mão cheia de subsídios para o desenvolvimento, que esbarravam sistemáticamente no fundo largo dos bolsos de uma pequena minoria abastada. Dentro de poucos dias teremos os ciganos da Roménia e da Bulgária de regresso às nossas ruas, com os seus odores peculiares e costumes, que não auguram nada de bom. Festejar-se-ía ainda hoje cinco anos da moeda única, caso não tivessemos ficado com menor poder de compra desde que o Escudo cedeu o seu lugar ao Euro. Ah, faz também hoje treze anos desde que me tornei efectivo no meu emprego.

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