quinta-feira, outubro 19, 2006

ETERNA SAUDADE


Porque a ausência não é o bastante para que nos esqueçamos daqueles que amamos, e embora seja cada vez mais difícil conservar pequenos detalhes, conversas ou traços fisícos, trejeitos com que a memória me atraiçoa, nunca deixarei de recordar aquilo que realmente importa, toda a preocupação com a educação e com os valores fundamentais que sempre procuraste incutir-nos, a diferença entre o certo e o errado que mais cedo ou mais tarde acabamos por distorcer, mediante os nossos interesses, mas sobretudo, e principalmente, todo o amor que sentias - mesmo que por vezes não encontrasses a melhor forma de exprimi-lo. Talvez por ser uma particularidade tão caracteristica de um dos lados da família, essa dificuldade inata de soltar os sentimentos em sons, palavras, risos e lágrimas. Talvez por isso nunca tenhamos tido uma oportunidade de "gritar" tudo o que no fundo nos unia, receios e esperanças, mais beijos e abraços, palavras, medos, agradecimentos, mais amor. Sinto uma eterna e infindável saudade de todos esses momentos que tendo a esquecer pouco a pouco, mas que deixam um vazio imenso que não deixa "apagar" a falta que tu me fazes, e que se faz sentir com maior intensidade em dias como hoje. Porque será que deixamos sempre passar os momentos? Porque será que nos custa tanto abrir a boca e dizer: "Amo-te"?

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