terça-feira, maio 30, 2006

ESSA PALAVRA CALADA QUE NOS MATA


Essa palavra calada que nos mata morre a cada segundo, a cada retroceder quedo e mudo, em cada silêncio envergonhado, no estertor frio duma navalha que por dentro nos mata, nos consome e desespera. Suspende o ar o coração, bate, com a força de mil tambores, pendente num gesto ténue, numa palavra omissa quase arrancada a ferros, essa palavra "amor", declaração numa voz afobada, em ânsia, a face vermelha, pudibunda, numa mescla de orgulho e alívio por tão intrépida façanha. Espera, e é longa a espera, numa eterna agonia, do +etiz que foi ao homem que é agora, pela resposta da menina-mulher que adora, por essa palavra que calada nos mata, a declaração da pessoa que ama à pessoa por nós amada.

Sem comentários: